A maternidade é muitas vezes vista como um obstáculo no ambiente corporativo, mas pode ser transformada em um diferencial competitivo para as empresas que sabem como apoiar suas colaboradoras. Diversos estudos apontam que a falta de suporte durante a gestação e após o retorno ao trabalho pode impactar negativamente não só as mães, mas também o desempenho e a retenção de talentos dentro das organizações.
Impacto do Ambiente de Trabalho na Gestação
O ambiente de trabalho pode ser um fator de risco para adoecimentos durante a gestação, especialmente quando não há uma infraestrutura adequada para apoiar as necessidades das gestantes. Um estudo realizado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) revelou que 50% das mulheres não retornam ao mercado de trabalho após a licença maternidade. Isso reflete a falta de suporte e o preconceito que muitas gestantes enfrentam, o que contribui para o aumento do estresse e ansiedade durante essa fase já desafiadora da vida.
Quando as empresas não oferecem um ambiente acolhedor e preparado, o impacto na saúde mental e física das gestantes pode ser significativo. A ausência de políticas de apoio, como horários flexíveis, trabalho remoto ou licença maternidade prolongada, pode levar a uma queda na produtividade e ao aumento do risco de complicações durante a gestação. Em contrapartida, quando as organizações se comprometem a criar um ambiente inclusivo e de apoio, as gestantes se sentem mais motivadas e menos ansiosas, o que resulta em maior produtividade e lealdade à empresa.
O Desafio da Permanência no Mercado de Trabalho
A realidade brasileira mostra que muitas mulheres optam por deixar o mercado de trabalho após a maternidade. Dados da FGV, em parceria com a consultoria Mercer, revelam que apenas 18% das mulheres em cargos de liderança no Brasil têm filhos, em comparação com 35% dos homens em posições semelhantes. Isso evidencia a desigualdade de gênero e os desafios que as mulheres enfrentam para equilibrar carreira e maternidade.
Além disso, 83,6% das mulheres são as principais responsáveis pelos cuidados dos filhos, o que agrava ainda mais a dificuldade de conciliar vida profissional e pessoal. Esse cenário faz com que muitas mães se sintam excluídas e desmotivadas a continuar suas carreiras, já que não encontram o suporte necessário para lidar com as transformações que a maternidade traz.
Transformando a Maternidade em um Diferencial Competitivo
As empresas que reconhecem o valor das mães no mercado de trabalho e investem em políticas de apoio podem transformar a maternidade em um diferencial competitivo. Ao criar um ambiente de trabalho que acolhe e inclui gestantes e mães, as organizações não apenas retêm talentos valiosos, mas também promovem a equidade de gênero e o bem-estar de suas colaboradoras.
Estratégias como a implementação de horários flexíveis, o desenvolvimento de programas de mentoria para mães e a promoção de uma cultura de apoio à parentalidade são fundamentais para garantir que as mulheres se sintam pertencentes e motivadas a continuar suas carreiras. Além disso, oferecer benefícios como licença maternidade prolongada, creches no local de trabalho e apoio psicológico pode fazer uma grande diferença na vida das colaboradoras.
Conclusão
Nosso principal foco deve ser garantir que as mulheres se sintam acolhidas e incluídas durante a gestação e no retorno ao trabalho. Ao criar um ambiente preparado e de apoio, podemos reduzir os números devastadores de mulheres que deixam o mercado de trabalho por não se sentirem pertencentes ou capazes de conciliar filhos e carreira. Transformar a maternidade em um diferencial competitivo é não apenas possível, mas essencial para o sucesso e a sustentabilidade das organizações no mercado atual.
